A personalidade congênita – Parte I

Contrariando a concepção básica da Psicologia oficial de que a nossa personalidade se forma a partir de aspectos genéticos, familiares e sociais, a Psicoterapia Reencarnacionista diz que nós já encarnamos com uma personalidade definida: a que viemos apresentando nas nossas últimas encarnações. As características individuais do nosso modo de agir e de reagir são as tendências que já trazemos latentes conosco e que, no confronto com as situações da vida terrena, passam a manifestar-se. São modos de pensar, de sentir e de expressar-se que trazemos em nossos corpos; emocional e mental, que nos caracterizam e que já nascem conosco. Nós não formamos uma personalidade, nós a revelamos. Somos um Ser de vários corpos, sendo o físico o único facilmente visível, por isso parece que apenas ele existe, mas além dele temos o corpo emocional, dos sentimentos e emoções, e o corpo mental, dos pensamentos.

Após a morte, que é apenas a do corpo físico, os corpos sutis permanecem exatamente como são e mesmo todo o estudo e trabalho de conscientização realizado no Plano Astral, no período inter-encarnações, não os podem modificar substancialmente. Ao reencarnarmos, aqui chegamos no mesmo nível de sentimentos e de pensamentos de quando saímos da última vida terrena e, portanto, cada um de nós, ao passar pelas situações atuais da vida intra-uterina e da infância, vai reagir a seu modo. Isso é facilmente observável em famílias com vários filhos, em que cada um tem a sua maneira de ser desde nenê: um é bravo, impaciente e agressivo, um outro é calmo, suave e meigo, já um terceiro é magoável, retraído e entristece-se facilmente, e assim por diante. E por que é assim? Porque tudo é uma continuação, nós somos os mesmos que desencarnaram na vida terrena passada, apenas mudamos as nossas formas físicas os nomes e os demais rótulos, mas permanecemos intrinsecamente iguais.

Essas tendências negativas revelam, por si só, o que viemos curar, ou melhorar, ao reencarnarmos. O que acontecerá serão reforços ou atenuações destas características pelas vivências atuais, intra ou extra-uterinas, e no decorrer da encarnação, ou seja, a piora, a melhora ou, às vezes, a mera manutenção do que já veio conosco ao nascermos. Esse aspecto intrínseco (o que já veio) rotulado como genético, na verdade é energético, pré-genético, ou seja, são características impressas em nossos corpos; emocional e mental.

E por isso que uma criança, mesmo submetida às mesmas condições ambientais, desde nenê pode ser totalmente diferente das outras criadas a mesma forma. Por¬que já nascemos com características próprias, inerentes a cada um de nós, desenvolvidas durante as sucessivas encarnações. Então nós observamos as crianças calmas e as agitadas, as carinhosas e as refratárias ao carinho, as egoístas e as altruístas, as organizadas e as bagunceiras, as extrovertidas e as introverti¬das, as autoritárias e as submissas, as medrosas e as corajosas, etc. Tudo é uma continuação, “vida” após “vida”. Aí revela-se a Personalidade Congênita.

Não estamos negando as conseqüências das vivências e situações às quais somos submetidos na nossa infância, elas são da maior importância mas, na verdade, são apenas reforços patogênicos às características de personalidade, pensamentos e sentimentos que já trazemos de vivências anteriores a essa encarnação, ou seja, trazemos uma tendência a reagir emocionalmente de um certo modo a certas situações específicas. E essas tendências inerentes a nós, no confronto com situações que as fazem aflorar e manifestar-se, irão apenas revelar o que já existe em nós, que é o que veio para ser melhorado, ou curado. Essa é a nossa principal Missão ao reencarnarmos, a outra é a busca de harmonização com Espíritos conflitantes.

É um sério obstáculo para as curas em geral, as pessoas atribuírem seus sofrimentos e características negativas de personalidade aos fatos de sua infância e às situações no decorrer da vida. O que nunca se pensa é justamente o que estamos colocando aqui, do porquê de se reagir de um certo modo a essas vivências. As pessoas depressivas atribuem a sua depressão aos eventos tristes de suas vidas desde a infância, mas não pensam por que reagiram/reagem com depressão a esses fatos. Preferem culpar alguém, vitimizar-se, buscar explicações e justificativas para o fato de serem depressivos. A explicação é simples: eles reagem com depressão porque re¬encarnaram com uma tendência a reagir com depressão às dificuldade e aos obstáculos da vida terrena. E o que precisam entender é que isso é justamente a sua meta pré-reencarnatória, a sua Missão, e as situações aparentemente dificultosas e obstaculizantes irão se suceder em sua vida até que eles curem essa tendência.

Mas foram seus pais ou marido, ou situação financeira, etc., que geraram a depressão? Não, essa tendência já estava lá, ao reencarnar, na sua Personalidade Congênita.

Então, precisam mudar essa tendência que vêm trazendo há muitas encarnações, e as pessoas ou situações que as fizeram/fazem manifestar-se não são prejudiciais para a sua evolução, pelo contrário, estão lhes mostrando o que vieram curar em si. São potencialmente benéficas, mas dão a impressão de serem prejudiciais. Depende de quem analisa o fato, se o seu Eu Superior ou o seu Eu temporário.

Devemos nos libertar das ilusões e assumir mais firmemente a alta responsabilidade com o nosso objetivo de progresso. Não devemos perder tempo culpando os outros e os fatos da vida, e sim entender que somos seres imperfeitos em busca da perfeição e, então, tudo que houver em nós que seja inferior, deve ser melhorado ou curado. Podemos acelerar nossa evolução se aplicarmos esse raciocínio em nossa vida encarnada, pois não nos esqueçamos que se deixarmos para perceber esses fatos somente mais tarde, no período inter-encarnações, quando encarnarmos novamente eles ficarão ocultos, esquecidos, e provavelmente continuaremos errando e nos enganando, e culpando os outros. A repetição de um padrão comportamental é o que mais acontece, ou seja, vida após vida as pessoas permanecem atuando de forma semelhante.

Assim sendo, seguem reencontrando-se também com o objetivo de se harmonizarem.

A família nesse contexto, é o grupo espiritual formado na terra que tem o objetivo de unir nossas maiores metas de harmonização. A família é a união de espíritos unidos por laços Kármicos e também de afinidades. Na família está presentes nossas maiores necessidades de resgates, de redenção, perdão, aceitação e paciência. Mas também é na família, que muitas vezes se fazem grandes conexões de afinidades e amor.

Se a Terra é uma escola, certamente a família é a nossa sala de aula. Somos precisamente atraídos energeticamente a reencarnar na família que vai poder promover os aprendizados específicos necessários para o planejamento de evolução de cada um de nós.

(Mauro Kwitko)
www.maurokwitko.com.br